Em meio a Era da Informação, vivemos em uma sociedade do conhecimento. Por isso, é importante que as instituições se adequem às mudanças do mercado. Pensando nisso, a Nasajon promove treinamentos para os colaboradores ao longo do ano, visando a atualização e disseminação de conhecimento. Segundo o fundador do Centro de Referência em Inteligência Empresarial ‒ laboratório para inovação e empreendedorismo da Coppe/UFRJ ‒, Marcos Cavalcanti, “é preciso estruturar e preparar as organizações para lidar com este ambiente complexo e conectado. E isso exige novas competências organizacionais e uma nova abordagem para a educação corporativa.”
Confira a sua entrevista para a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRHRJ):
Qual seria a nova abordagem?
Um dos equívocos mais frequentes é que os cursos e as atividades são realizados a partir das demandas dos funcionários e não da realidade objetiva da empresa. A educação corporativa deve estar ancorada nas necessidades estratégicas da organização. Não deveria ser medida por números de horas e/ou de pessoas treinadas, mas em termos dos resultados concretos obtidos com as diferentes atividades educacionais.
Por que se faz tão importante a gestão do conhecimento?
O conhecimento é o principal fator para se produzir riqueza na sociedade. A gestão dos fatores tradicionais de produção (terra, capital, matéria-prima, energia) é importante, mas a maior parte do valor entregue por uma organização à sociedade vem do conhecimento. Gerenciar os fatores tradicionais e não fazer a gestão do conhecimento é um caminho certo para o fracasso de uma empresa no atual cenário.
Mas ela é feita pelas organizações?
A maioria continua administrando seus recursos financeiros, sua matéria-prima e seus recursos humanos de forma tradicional. E estão em crise. As empresas que estão sendo bem-sucedidas, nesse início de século XXI, são as que adotam um novo modelo de gestão, colocando o conhecimento no centro de sua estratégia.
Qual o desafio para conseguir fazer a gestão do conhecimento?
São vários, mas a minha experiência mostra que o sucesso depende de dois fatores-chave: patrocínio da alta direção e equipe competente. Se um destes não está presente, dificilmente um projeto dá certo. Muitos falam que os desafios maiores são falta de dinheiro e de recursos humanos. Claro que estes fatores são importantes, mas até mesmo uma pequena equipe, sem muito dinheiro, pode conseguir resultados surpreendentes se é boa e conta com forte apoio da direção.
Você avalia que as universidades corporativas continuarão sendo importantes?
Uma universidade corporativa não precisa ter prédios e muitos recursos financeiros. A tendência, nos próximos anos, é que elas sejam mais leves, dinâmicas e flexíveis. O essencial é estar umbilicalmente ligadas à estratégia da organização, que monitore continuamente o ambiente de negócios para poder se antecipara às demandas do mercado e desenvolver as competências necessárias para a sobrevivência das organizações. A universidade corporativa não pode se limitar a ser um “departamento” ou o “cérebro” das empresas. Ela deveria ser o coração de uma empresa na sociedade do conhecimento, identificando tendências e tecnologias disruptivas, preparando a empresa para inovar, desenvolvendo produtos, processos e as competências necessárias. O conhecimento não pode continuar a ser visto como algo estático, que fica armazenado numa biblioteca ou na cabeça dos colaboradores. Ele é dinâmico, é o sangue e o oxigênio das empresas do século XXI.
Gestão de Conhecimento na Nasajon Sistemas