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A importância do Fluxo de Caixa para a saúde financeira da sua empresa

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Por Luiz Fischer

No cotidiano de toda empresa muitas tomadas de decisões passam pelas disponibilidades financeiras com as quais a organização contará dentro de um horizonte futuro, seja a curto, médio ou longo prazo. Decisões como aquisição de mobiliário, insumos de produção, mercadorias, contratação de colaboradores, concessão de crédito, investimentos das sobras dos caixas entre outras devem passar pelo crivo do saldo de caixa resultante das projeções de entradas e saídas em um determinado período.

Para acompanhar o fluxo dessas disponibilidades existe uma ferramenta, o Fluxo de Caixa, que auxilia os gestores financeiros em conhecer, estimativamente, o tanto que se disponibilizará em relação aos recebíveis, retornos de aplicações financeiras, empréstimos, assim como as obrigações frente a fornecedores diversos, pagamentos de salários, encargos trabalhistas e recolhimento de taxas e tributos pelos quais todas empresas estão sujeitas em uma projeção de tempo.

Salienta-se que o detalhamento dos registros em um menor período tornará as informações do relatório Fluxo de Caixa mais precisas, uma vez que serão menores os fatores de riscos de alterações desses dados.

 

Organizando o Fluxo de Caixa

Para que o Fluxo de Caixa possa corretamente traduzir as movimentações previstas e realizadas do caixa é interessante que um bom administrador financeiro registre e organize cada movimentação de entrada e saída em contas financeiras nas quais se possa espelhar um claro entendimento dessas movimentações.

A criação de um plano de contas financeiras tem por finalidade sinalizar em contas financeiras o registro das diversas operações realizadas pelas organizações, de forma detalhada. Por exemplo: os pagamentos de conta de luz serão agrupados numa mesma conta, “Energia Elétrica”; pagamentos de salários, conta “Salário”; pagamento dos diversos tributos a recolher, então neste plano haverá uma seção de contas destinadas aos tributos, contas PIS; CSLL; COFINS; ICMS entre outras. Por outro lado, temos também as contas de Receitas, onde são registradas as movimentações que positivam o saldo do seu caixa, como por exemplo, Vendas de Mercadorias; Serviços; Cursos; Aluguéis de sala etc. Portanto, organizá-las agrupando por grupos de Receitas, Despesas, Tributos, Gastos ou outros.

A partir dessa organização de contas financeiras, o Fluxo de Caixa poderá apresentar, em maior ou menor nível de detalhamento, os registros movimentados em cada conta corrente, por data, conta financeira ou mesmo por grupos das contas financeiras, como Receitas, Despesas, Gastos etc.

 

Importância do Fluxo de Caixa

Podemos citar algumas das vantagens que a utilização do Fluxo de Caixa possibilita ao administrador do caixa:

1. Contratações de Recursos de Terceiros

Eventualmente, uma empresa necessita de um capital de giro, que não dispõe para cobrir suas operações. A avaliação do quanto e por quanto tempo deverão ser contratados recursos de terceiros são fundamentais para que não se contrate valores excessivos ou insuficientes a fim de que se honre os compromissos.

 

2. Tempo e quantidade da aplicação das sobras do caixa

Por outro lado, há momentos favoráveis nas finanças de uma organização, que é quando o saldo projetado para um determinado período de tempo é mais que o suficiente para cumprir com as obrigações.

A sobra do caixa poderá ser investida no mercado financeiro. Entretanto, o tempo e a quantidade corretos são fundamentais, pois sem esta observação corre-se o risco de no futuro ser pressionado a contratar empréstimos com taxa de retorno desvantajosa a fim de quitar as obrigações.

Outros exemplos de aplicação da sobra do caixa são:

– Antecipação do pagamento de dívidas, obtendo-se desconto mais favoráveis que as taxas de aplicação do mercado financeiro;

– Aquisição de um volume mais expressivo de insumos de produção ou mercadorias a um custo menor para alavancar uma política de venda mais agressiva; e, naturalmente, há outras possibilidades de utilização do excedente do caixa.

 

3. Segurança na adoção de políticas de crédito e preços de acordo com as variações mercadológicas

A adoção de políticas de Crédito e de preço também passam pela avaliação do caixa por um administrador eficiente.

A concessão de um tempo maior no recebimento de suas operações de vendas pode deixar o caixa descoberto por um prazo longo. Ao mesmo tempo, para competir em melhores condições no mercado, por vezes se faz necessário esta concessão.

Uma análise criteriosa das estimativas do caixa poderá auxiliar na decisão de estender ou não os prazos.

Do mesmo modo, a formação de preço também receberá o peso do saldo estimado do caixa para que se possa adotar uma política de preço mais competitiva, onde um menor valor no preço de venda, pode alavancar um volume maior de vendas.

No entanto, para que se possa assumir esta política de formação de preço, não se pode esquecer que na maioria dos casos o cumprimento das obrigações vem antes dos lucros.

Logo, os cuidados com a concessão de crédito a longo prazo e aplicação de preços com menor retorno de lucratividade devem estar amparados por um caixa bem organizado e robusto que dê a segurança para a adoção a políticas mais competitivas.

 

4. Readequação dos vencimentos recebíveis e a pagar

O Fluxo de Caixa espelha os recebíveis e pagamentos dentro de um horizonte de tempo que permite ao bom gestor de finanças indicar quais os melhores dias para caírem os recebimentos e negociar as datas dos pagamentos.

Por exemplo, se os recebíveis possuem um lote de entradas no dia 10 e o banco faz a compensação desses créditos em D+1, esse montante somente estará disponível a partir do dia 11 em diante. Assim sendo, o recomendável é que seus pagamentos recaiam após esta data, para que não tenham que tomar empréstimos a fim de cumprir as obrigações.

 

5. Renegociações de dívidas

Em cenários onde a projeção do caixa indique um saldo negativo em um período cujos pagamentos estejam programados, muitas vezes o melhor caminho é a renegociação da dívida, para não ter que recorrer a empréstimos bancários, que podem comprometer o orçamento da empresa.

O Fluxo de Caixa como instrumento que projeta o saldo do seu caixa poderá lhe mostrar em que período do calendário haverá saldo suficiente à disposição da gestão financeira para que o compromisso assumido seja honrado. Pois, é recomendável estar seguro que os compromissos assumidos serão liquidados no tempo acordado.

 

A ferramenta Fluxo de Caixa no sistema ERP Nasajon

O ERP Nasajon, em seu módulo financeiro, o Finanças SQL, com a sua riqueza de funcionalidades, também conta com os recursos do Fluxo de Caixa, que podem ser observados com base nas opções:

a) O período de cobertura;
b) A escolha das contas correntes a serem observadas;
c) As contas do plano financeiro, Centros de Custos e Projetos;
d) Os Estabelecimentos por quais são feitas as projeções;
e) Seleção por movimentações realizadas, previstas e/ou conciliadas;

 

Fonte: Tela do Fluxo de Caixa, módulo Finanças SQL, ERP Nasajon

 

Faça do acompanhamento do Fluxo de Caixa uma rotina diária para sua tomada de decisões

Concluindo, o Fluxo de Caixa como instrumento de apoio à gestão financeira permite que o gestor observe quando e o quanto se dispõe no caixa para que se possa administrar esses recursos. Ele poderá amplificar o seu saldo em um futuro, fruto de um investimento em aplicações financeiras ou políticas de preços e créditos; readequando os pagamentos; coordenando o saldo do caixa com os pagamentos, investimentos e retiradas a fim que, dentro do possível, deixar o saldo do seu caixa sempre positivo.

Recomenda-se a utilização sistemática do Fluxo de Caixa, uma vez que as informações expostas pelo relatório estimam um saldo de caixa, confirmando ou não as projeções em uma amostragem anterior, fornecendo embasamento às decisões do administrador financeiro.

 


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