Blog

5 passos para orientar sua carreira para a demanda e ganhar mais – Por Claudio Nasajon

Compartilhe

Quando a ABRH me convidou para dar uma palestra sobre “Como turbinar a sua carreira profissional” no Congresso Nacional de Recursos Humanos (CONARH) realizado no final de agosto em São Paulo, eu perguntei: “Por que eu?”. Afinal, desde que fundei a minha empresa, 33 anos atrás, nunca mais fui empregado. A resposta foi quase imediata: porque você tem a visão do empregador.

De fato, a Nasajon Sistemas hoje é a 6ª maior de software contábil do Brasil e, além dela, eu fundei, presidi ou dirigi mais de dez organizações, incluindo associações empresariais que agregam dezenas de milhares de funcionários. Sei como os empresários pensam quando o assunto é selecionar ou promover colaboradores.

Aproveitei a oportunidade para compartilhar meu conhecimento sobre como os gestores pensam e o que valorizam. Sabendo disso, o profissional passa a agregar mais valor para a empresa, o que ajuda a aumentar o seu salário.

Você pode ver o vídeo da palestra completa e baixar o slides no site carreiraturbinada.com.br, mas antes de executar qualquer estratégia para “ir mais rápido”, você precisa saber se está indo na direção certa. Do contrário, você acaba ficando mais longe, e não mais perto, do seu objetivo.

Você é feliz no seu emprego? Pesquisas do instituto GPTW mostram que a remuneração está apenas em 4º lugar na lista dos fatores de retenção de funcionários. A maioria valoriza mais as oportunidades de crescimento (88%), o alinhamento de valores (87%) e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (83%).

Outro item fundamental na busca pelo crescimento profissional é a noção de que “a vida recompensa as ações, não as ideias”, mas é preciso ser tolerante às falhas para chegar ao sucesso. O problema é que precisa ter a retaguarda garantida para fazer tentativas porque aí, quando elas derem errado, é possível tentar de novo até acertar. Caso contrário, a alternativa é desistir, ou nem tentar, e nunca conseguir.

Então, digamos que você é feliz no seu emprego e tem a retaguarda garantida. O que precisa fazer para aumentar o seu salário? O processo que proponho tem cinco etapas:

1. Entenda a cultura da empresa e identifique as demandas

O que a sua empresa valoriza? Liderança, fidelidade, proatividade? Nessa organização, as pessoas que “se dão bem” são as que aprendem o processo e o seguem à risca ou aquelas que trazem novas ideias para melhorar os processos existentes? O que a empresa precisa neste momento? Quais são as áreas mais demandadas? Se existir um setor de RH, converse com as pessoas de lá e sinta o ambiente. Se não tiver, fique atento aos sinais. Quais foram as pessoas promovidas recentemente? Como elas se comportam?

2. Defina o seu nicho e crie a sua marca pessoal

Descubra o seu perfil pessoal. Em que você é forte? Como pode adaptar-se ou preparar-se para oferecer valor em sintonia com as demandas da organização? De uma forma geral, sempre há mercado para “o melhor” em qualquer coisa. O problema é que esse espaço sempre é muito concorrido. Muitos querem ser os melhores, mas há uma alternativa mais fácil que é ser “diferente”. Quando você é diferente (único), o mundo vem até você.

Importante: a sua marca pessoal está vinculada às redes sociais e nelas não existem “perfis privados”. Você acha que o seu chefe não visita o seu Facebook? Não tem essa de “invasão de privacidade”. Quem quer privacidade não publica na Internet que, por definição, é um canal público. Portanto, se já não fez isso, unifique os seus perfis. Você não pode se mostrar sério e confiável no perfil do Linkedin e se exibir no Facebook mostrando como falsificou a carteirinha de estudante para pagar meia entrada no cinema.

3. Torne-se uma autoridade

A pirâmide de remuneração e valor tem na sua base os “generalistas” e no topo as “autoridades”. Mecânicos “faz-tudo”, médicos gerais e auxiliares pau-pra-toda-obra ganham menos do que mecânicos-eletricistas, médicos ortopedistas e auxiliares de pintura submersa. Mas o pote de ouro aparece quando você, além de ser um especialista, é reconhecido como um. O maior indicador de sucesso é ser recomendado pelos colegas. Quando alguém precisa de uma habilidade que você possui e os outros dizem “fale com o fulano que ele resolve”. Caso este fulano seja você, estamos diante de uma autoridade real.

Para atingir esse ponto, a melhor forma é aplicar o seu conhecimento para ajudar outras pessoas. Em vez de esconder a informação, mostre-a. Publique livros, apresente palestras, interaja em fóruns. Quanto mais você ajudar os outros no nicho que escolheu (no item 1 da estratégia), mais será “conhecido” e referenciado.

4. Registre o desempenho e a situação do mercado

A maioria das empresas não realiza avaliações de desempenho e grande parte das outras a fazem apenas uma vez por ano. A tendência, portanto, é que o “julgamento” leve em conta apenas as suas atividades mais recentes. Uma forma de eliminar (ou reduzir) esse problema é manter um registro de todas as suas realizações em cada período junto com os seus indicadores de desempenho. Se você não tiver indicadores de desempenho, crie-os (de preferência em conjunto com a sua chefia). Eles podem ser objetivos, como volume produzido, valor das vendas e número de ligações efetuadas; mas também podem ser subjetivos como “índice de satisfação dos clientes atendidos” e “índice de felicidade no ambiente de trabalho”. Sejam quais forem, use-os para medir o seu desenvolvimento pessoal.

5. Oportunamente, cobre o seu prêmio

Uma das principais perguntas que surgem neste processo é sobre a hora “certa” de pedir aumento. Não há receita de bolo, mas existem algumas regras básicas que se aplicam a quase todas as situações. Por exemplo, nunca peça aumento mais de uma vez por ano. Empregadores não gostam de aumentar os custos da empresa e as coisas ruins a gente faz todas de uma vez para tirá-las logo da cabeça.

De todas as dicas, a mais relevante é sempre negociar com base no aumento do seu “valor para a empresa” e não na sua necessidade pessoal. O empregador está pouco ligando se o seu aluguel aumentou ou se você quer comprar uma casa nova. Quando for pedir aumento, tenha uma prova de que vale mais do que pede. O item mais convincente para embasar um pedido de aumento é mostrar que vale mais, que produz mais e que gasta menos do que antes. Por exemplo: se você é um analista de RH e no ano passado fazia 10 recrutamentos por mês, mas este ano fez uma média de 15, então, tem algo concreto para mostrar que o seu valor é pelo menos 50% maior hoje do que era no ano passado.

Artigo publicado no Portal InfoMoney, por Claudio Nasajon, Fundador e Presidente da Nasajon Sistemas.


Compartilhe