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Trabalho em equipe: não é preciso ter um cargo importante para ser líder

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Certa vez eu assistia a uma aula em um curso para executivos e o professor curiosamente mandou que um dos alunos mudasse de lugar e fosse para a primeira fila como “castigo” por não ter estudado o caso que iríamos discutir. Não era um trabalho em equipe e sim uma tarefa individual, então, depois de passado o choque inicial e nitidamente constrangido, meu colega seguiu a ordem. Nesse ponto, outro aluno levantou a mão e, dada a palavra, disse que também não havia feito o dever de casa e iria acompanhar o colega – o que fez sem esperar aprovação. Aquilo o transformou no herói da turma e até hoje é admirado pelos. Portanto, se você busca algum dia ser um líder, tenho uma boa notícia: você não precisa esperar ser promovido para desenvolver este talento!

De acordo com o instituto Great Place to Work, a motivação no trabalho depende em grande parte dos chefes diretos. Os tipos de liderança são vários, mas os mais eficazes são os que contam com a admiração do time. De vez em quando, surgem oportunidades que nos permitem mostrar posições e defender valores. Ao fazer isso, nos posicionamos como líderes e conquistamos a admiração dos que nos rodeiam. Você não precisa ser diretor de coisa alguma para isso, apenas tem que aproveitar essas oportunidades quando elas surgirem. Em todo trabalho em equipe há líderes, formais ou não.

Quando houver alguma situação que gere insatisfação, fale com quem decide. Sem medo. Seja firme e justifique a sua posição com argumentos, mesmo que eles não sejam de agrado de seus gestores. Na Nasajon Sistemas, temos diversos tipos de lideranças, mas há algumas diretrizes comuns a todos: líder não fala mal da empresa para os colegas de trabalho e muito menos reclama entre quatro paredes; apresenta os seus pontos de vista diretamente a quem pode realizar as mudanças, apoiando seus argumentos com fatos. E mais: um líder apresenta possíveis soluções para reverter os problemas que aponta.

Uma ferramenta prática que costumo sugerir aos gestores durante os workshops que conduzo, consiste em três ações de brainstorming: Primeiro identifique o item de maior descontentamento na equipe. Um só. Toda longa caminhada é feita com um passo de cada vez; Depois procure as possíveis causas da insatisfação. Comece com conjecturas, mas procure provas concretas que possam embasar a opinião. Como se trata de um trabalho em equipe, fale com o seu time; O terceiro passo é encontrar pelo menos uma solução que seja viável do ponto de vista econômico e operacional.

Para ilustrar, conto uma história real. Costumo almoçar em um restaurante cujo gerente reclamava constantemente da má qualidade da mão de obra porque os funcionários faltavam sempre nos dias em que ele mais precisava. Para comprovar a hipótese, sugeri que perguntasse para os antigos chefes desses funcionários se eles também faltavam. A resposta foi não. Fizemos uma pequena investigação e verificamos que eles moravam em locais não servidos por condução regular aos domingos e feriados (essa era, portanto, a verdadeira causa).

Propus pagar uma ajuda de custo para o transporte por van nesses dias. Os R$ 20 por pessoa eram uma pequena parcela do prejuízo com cada falta. Menos garçons significavam menos rotação das mesas e menor faturamento e lucro. Matemática fácil: R$ 20 contra R$ 300. As faltas caíram 80% (eventualmente um dos atendentes foi substituído e o problema desapareceu por completo).

Em suma: se você realiza trabalho em equipe, sugerir soluções de forma proativa, mesmo sem uma posição formal de liderança, tende a posicionar você como líder dentro da organização.

Artigo publicado na Coluna do Claudio Nasajon, no InfoMoney.


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